Este texto é basicamente uma conversa que tive com um político, que aqui não cabe mencionar o nome, segue.
Sociedade do Conhecimento
O assunto por
mais antigo que seja, ainda é um paradigma, mas cabe a “nós”: diga-se nós políticos,
abordarmos com mais veemência este assunto.
Discordo, de
certo modo, que temos que investir em indústrias tradicionais. O que quero
dizer, indústrias de um modo geral, ainda que gerem empregos, trazem consigo
mais ônus do que bônus, muitas vezes exigem grandes incentivos, que se postos
na ponta do lápis, quase que se torna inviável a instalação da mesma, sem falar
em resíduos e o consumo deliberado de matéria prima da região.
Mas por fim só
para fazer uma analogia do que estou falando, quantos equitares de soja são necessários
para render o montante equivalente ao valor de uma tecnologia? Como um satélite
por exemplo. Cito o exemplo do cinema norte americano que chegou a gerar
30 Bilhões na década de 90 enquanto o Brasil plantava e cultivava. Porque será
que só no Brasil o Mecdonalds emprega mais que toda a GM no Mundo? E outra questão,
porque não vemos multinacionais de tecnologia se instalar no Brasil? O que oferecemos para o mercado hoje? Infelizmente,
ainda hoje se dá mais incentivos para plantar soja do que para uma startup de
tecnologia, por exemplo. Problema cultural? Entramos no assunto novamente do
paradigma do conhecimento.
Temos que
investir em indústria? Sim, mas nunca como principal meio para solução de uma
crise ou para solução definitiva de um país, estado ou município. Usando de um bordão já conhecido eu ratifico,
educação é sim a solução, exemplo disso é o parque tecnológico da Unisinos,
engana-se quem pensa que ele está instalado onde está, pela cidade, está ali pela mão
de obra, ou melhor, pelo conhecimento que a Unisinos gera. Outro exemplo e que
foi citado ontem na reunião é a Medical Valley, o terreno foi preparado pelo
ensino, ou melhor, pelo conhecimento gerado pela Feevale. Acho que já está mais
que na hora de prepararmos o terreno para recebermos ou sermos procurados (o
que é melhor), por empresas que investem e produzem conhecimento.
Deixo mais um
exemplo para complementar minha analogia, quantos por centos de lucro ganha o
conhecido Bill Gates ao vender um Windows 8? Quando ganha a GM ou VolksVagen ou
qualquer outra montadora de caros instaladas no Brasil e até mesmo fora?
Qual o custo de “montagem” de um software? E qual o custo de montagem de um automóvel?
Quais os resíduos produzidos pela Microsoft? Quais os resíduos produzidos pelas
montadoras?
Cito esses
exemplos, pois são extremos, um no topo do conhecimento e outro no topo da indústria,
poderia usar o exemplo do calçado também que gera inúmeros resíduos, sem falar
nos salários desse segmento.
Gostaria muito
que tivéssemos uma cidade com pensamento pra frente, e para isso temos que
equipar escolas, munir as crianças de hoje para integrarem o mercado do
conhecimento, pois com isso tenho certeza que nossa cidade colhera frutos muito
mais viçosos, até mesmo do que já colheu na “era calçado” e será exemplo para o
país da soja.